"É verdade que o FC Porto nos ofereceu raparigas”
Antigo árbitro diz que os dragões lhe pediram para influenciar o resultado do Benfica-Moreirense (1-1, 2004).
Jacinto Paixão gravou um vídeo, que pode ser visto no YouTube, onde confessa que o FC Porto lhe disponibilizou prostitutas após o jogo com o Estrela da Amadora (2-0), em 2003/04, e lhe pediu para influenciar o Benfica-Moreirense (1-1), em 2004. Dá ainda a entender que teme pela vida, devido ao seu envolvimento no processo ‘Apito Dourado’.
"O meu nome é Jacinto Paixão, conhecido ex-árbitro. O que eu vou dizer destina-se a ficar gravado para a posteridade, caso me aconteça alguma coisa, a mim ou à minha família", começa por dizer o ex-juiz .
Logo a seguir, faz a primeira revelação de um jogo que não foi investigado no âmbito do processo de corrupção do futebol nacional: "Benfica-Moreirense, empate a uma bola, no dia 29 de Fevereiro de 2004. O Porto entrou em contacto comigo para influenciar o resultado do jogo".
Nessa partida, os encarnados queixaram-se de um golo mal anulado, por alegado fora-de-jogo posicional de Fernando Aguiar. O remate foi exectuado por Nuno Gomes e bola foi desviada para a própria baliza por Tito.
Depois, na confissão gravada em português e inglês, Paixão fala do FC Porto-E. Amadora (2-0), de 2003/04, e faz nova revelação. "É verdade que o Porto nos ofereceu raparigas como era habitual fazer, tal como aconteceu no jogo Porto-Académica (4-1), de 2002/2003." Esta partida também não foi investigada no ‘Apito Dourado’.
Ainda sobre o embate entre portistas e tricolores, acrescenta: "Naquela noite, após o jogo Porto-Estrela da Amadora, juntámo-nos, eu e os meus assistentes, com Reinaldo Teles (vice-presidente dos dragões), António Garrido e o árbitro Paulo Silva e os seus assistentes. Eu fui o único prejudicado, pois todos mamavam e eu é que fiquei prejudicado para sempre". Paixão deixou a arbitragem no final da época 2004/05, na sequência do processo ‘Apito Dourado’.
Na parte final do vídeo, nova revelação: "É verdade que o FC Porto me pagou uma viagem, através da agência Cosmos, em 1998, para ir a Marrocos com os meus assistentes e o árbitro Rosa Penicho".
A Cosmos é a agência oficial do FC Porto. No início de 1998 era detida, em partes iguais, pelos empresários António Laranjeira e Joaquim Oliveira. No final desse ano Oliveira comprou a quota de Laranjeira.
O meu nome é Jacinto Paixão, conhecido ex--árbitro. O que eu vou dizer a seguir destina-se a ficar gravado para a posteridade, caso me aconteça alguma coisa a mim ou à minha família. Benfica-Moreirense, empate a uma bola, no dia 29 de Fevereiro de 2004: o Porto entrou em contacto comigo para influenciar o resultado do jogo. O Porto-Estrela da Amadora, na época 2003/04: é verdade que o Porto nos ofereceu raparigas, como era habitual fazer, tal como aconteceu no jogo Porto-Académica, de 2002/03. Naquela noite após o jogo Porto-Estrela da Amadora, juntamo-nos, eu e os meus assistentes, com Reinaldo Teles, António Garrido e o árbitro Paulo Silva e os seus assistentes. Eu fui o único prejudicado porque todos mamavam, mas eu é que fiquei prejudicado para sempre. É verdade que o Porto me pagou uma viagem através da agência Cosmos, em 1998, para eu ir a Marrocos com os meus dois assistentes e o árbitro João Rosa Penicho".
GARRIDO NA MIRA DO VILLAREAL
Jacinto Paixão dá conta de um jantar, no final do FC Porto-E. Amadora (2-0), em 2004, num restaurante onde estavam Reinaldo Teles e António Garrido, ex-árbitro que colabora com os portistas desde os anos 80. Recentemente, o jornal espanhol ‘Marca’ descreveu uma alegada situação em que Garrido e Bjorn Kuipers, árbitro do FC Porto-Villarreal (5-1), de 28 de Abril último, jantaram no mesmo sítio que dirigentes portistas.
FRUTA E CAFÉ COMO CÓDIGOS PARA "MENINAS"
O FC Porto -E. Amadora (2-0), de 2003/04, levou ao ‘caso da fruta’, um dos mais mediáticos do processo ‘Apito Dourado’. Jacinto Paixão e os assistentes tiveram direito a um serviço de prostitutas e a um jantar que os árbitros não pagaram. É neste contexto que entram as conversações telefónicas entre o empresário António Araújo e Pinto da Costa, em que o primeiro fala ao líder portista de "fruta para dormir" e "café com leite", encomendas para entregar a um "J.P.".
"Eram códigos para meninas", disse Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, em tribunal. O caso foi arquivado.
RAZÃO A PINTO DA COSTA DÁ ÂNIMO A BOAVISTA
O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa (TACL) declarou inexistente a reunião do Conselho de Justiça, a 4 de Julho de 2008, que confirmou os castigos aplicados pela Comissão Disciplinar da Liga ao FC Porto (subtracção de seis pontos), a Pinto da Costa (dois anos de suspensão) e ao Boavista (descida de divisão) no caso ‘Apito Final’. João Loureiro, ex-líder axadrezado também foi suspenso por 4 anos.
A decisão resulta de uma acção movida pelo líder portista contra a Federação, no seguimento da reunião do CJ. O então presidente do órgão, Gonçalves Pereira, declarou o impedimento de João Carrajola de Abreu participar na votação: a celeuma que acabou com Pereira a dar por encerrada a sessão às 17h55. Contudo, sem presidente, o CJ entendeu continuar a reunião e confirmou as penas aplicadas.
O FC Porto reagiu, dizendo que este acórdão "põe a nu" os atropelos à Lei feitos pela justiça desportiva. Quem renova esperanças é o Boavista – actualmente na 2ª Divisão. "As questões suscitadas no recurso são em tudo semelhantes às colocadas no recurso do Boavista", referiu o clube.
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Joaquim Oliveira vк crescer o seu «impйrio» no futebol portuguкs
A OLIVEDESPORTOS comprou as 20 mil acзхes da agкncia de viagens Cosmos que pertenciam a Antуnio Laranjeira, presidente do conselho de administraзгo da empresa. Essas acзхes correspondem a metade do capital social da Cosmos. Joaquim Oliveira, patrгo da Olivesdesportos, possuнa jб os outros 50 por cento das acзхes, sendo hoje, portanto, o verdadeiro dono de uma agкncia que teve alguns momentos conturbados, nomeadamente em 1997, onze anos depois da sua constituiзгo.
«Deixei a Cosmos, que eu prуprio criei, por incompatibilidade com o meu sуcio, devido a termos vindo de sнtios diferentes, termos prбticas de vida diferentes e objectivos diferentes». explica Antуnio Laranjeira, sem especificar o alcance dessas referidas diferenзas.
«Tudo isso somado - continua - torna irreconciliбvel qualquer gestгo».
Joaquim Oliveira entrou para a empresa nos primeiros anos da dйcada de 90. Segundo o ex-presidente da Cosmos, as divergкncias datam praticamente do inнcio da relaзгo comercial que entre ambos se estabeleceu.
«O principal capital de uma agкncia de viagens, que vende um produto nгo tangнvel, й a sua credibilidade». refere Antуnio Laranjeira.
Segundo ele, os ataques movidos principalmente em 1997 contra a Olivedesportos «por alguma comunicaзгo social» tiveram um efeito negativo na facturaзгo da agкncia. «Num ano em que todos os agentes subiram as suas vendas, a Cosmos facturou menos cem mil contos do que no ano anterior. Isto estб escrito no Relatуrio de Contas». salienta.
Laranjeira recusa-se a classificar como «justas ou injustas» as referidas «guerras» а Olivedesportos, mas nгo hesita em afirmar: «Tiveram um reflexo negativo na Cosmos, isso й inegбvel».
A agкncia - que tinha na sua administraзгo Adelino Caldeira (considerado prуximo de Joaquim Oliveira) e da qual jб desde hб algum tempo o filho do patrгo da Olivedesportos, Rolando Oliveira, й presidente do Conselho Fiscal - mantйm em carteira os contratos com a Federaзгo Portuguesa de Futebol e o FC Porto. Й ainda responsбvel pela deslocaзгo das equipas do continente аs regiхes autуnomas.
A ligaзгo mais directa da Cosmos ao mundo do futebol provocou as mais diferentes controvйrsias, tendo sido mesmo acusada por alguns jornais, em tempos, de ter sido favorecida no contrato com a Federaзгo.
Esse facto deu origem a um processo em tribunal, no ano passado, tendo sido condenado o director do jornal «Record», que, entretanto, recorreu para o Supremo.
Mas 1997 ficou como um ano negro para a Cosmos. Nгo apenas os resultados lнquidos nгo subiram - como apontavam as previsхes das empresas de consultadoria comercial que falavam de um aumento de 1,45 milhхes de contos, estimados em 96, para 1,5 em 97 - como, segundo Antуnio Laranjeira, a facturaзгo foi substancialmente inferior em relaзгo ao ano anterior.
A revelaзгo do caso do бrbitro Francisco Calheiros, trazida a lume pela SIC e envolvendo o nome da Cosmos, contribuiu para que a imagem da empresa fosse beliscada nesse ano.
«A honorabilidade de uma agкncia tem de ter correspondкncia na confianзa dos clientes». Esta, segundo o ex-administrador, ter-se-б perdido.
Joaquim Oliveira, que jб detйm todos os direitos da publicidade estбtica na esmagadora maioria dos estбdios portugueses e o negуcio do futebol na televisгo, alйm da propriedade do jornal «O Jogo», fica agora tambйm com a agкncia de viagens que mais ligaзхes tem com o mundo do futebol.
A Cosmos – Viagens e Turismo, S.A. foi criada em 1986, ocupando desde logo um espaço de destaque no sector de agências de viagens, especializadas em desporto, negócios, incentivos e congressos.
No universo empresarial, a Cosmos assume papel de destaque na área do Corporate and Business Travel, com um volume de negócios em 2012 de cerca de 40 milhões de euros, sendo uma das agências de viagens líder nesta área específica de negócio a nível nacional e estamos presentes em Portugal, Espanha e Angola, com planos de expansão para novos mercados emergentes.
O percurso que traçamos, permitiu-nos adquirir a experiência, profissionalismo, e idoneidade, essenciais para mantermos e consolidarmos a nossa posição e justificar o nosso crescimento e crescente quota de mercado nesta área específica de negócio.
Esta evolução, identificou e tornou claro o nosso objetivo de associar à estrutura de negócio do nosso cliente, um modelo de gestão coerente com a política de viagens definida, reduzindo gastos em viagens e otimizando a relação qualidade – preço, através do uso de funcionalidades de e-procurement.
Na Cosmos, a área de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (I&D+i) está alinhada com os seus pilares estratégicos, de modo a satisfazer as necessidades profissionais e pessoais dos nossos clientes, com um serviço de apoio telefónico permanente, antecipando possíveis desvios à excelência de serviço que procuramos proporcionar, através da utilização das mais recentes ferramentas informáticas, juntamente com o investimento permanente na formação dos nossos colaboradores, factor essencial no desenvolvimento da nossa empresa.
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